vinteesete

13 março, 2006

vinte e seis de janeiro de dois mil e seis – casa quatro - vitória

Deus bem poderia revisar a Bíblia. E colocá-la, outra vez, numa boca qualquer. Gritada na rua às três da tarde ou da manhã, tanto iria fazer, ninguém ouviria mesmo até que outro morresse. Mas que fosse gritada por uma boca com cheiro de álcool, numa quarta-feira de show no parque. Os loucos chorariam de alegria, pensando que aquilo era Deus: enfim um tipo de verdade que fazia rir, sem culpa, sem peso: leve como um suflê. Com muito de tudo que é bom, sem adoçante ou bifes de soja. Uma bíblia que explicasse o sexo e como ganhar dinheiro sem perder a alma. Que nos dissesse o porquê de tão pouco tempo de corpo e o que acontecerá com o nosso coração. Que nos ensinasse a cantar, jogar, e chamar mais atenção que os outros quando precisássemos. A mulher feia aprenderia a ser charmosa e se casaria com um gordo que a amaria eternamente – se é que eternamente cabe em corações, enfim... Só saberíamos se Ela nos ensinasse! Se isso não for um desses erros de querer demais?!!! Talvez seja. Se fosse importante, Deus pediria a qualquer que a escrevesse. Pois seu predileto, Jesus, que fugiu muito cedo de casa, não teve tempo para aprender ler e escrever, só contar estórias confusas, tão confusas quanto a velha Bíblia.


j. gauche

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