vinteesete

03 março, 2008

making of do feliz seis - vinte e nove de fevereiro de dois mil e oito

Na sacolinha plástica deixada em cima do sofá, havia um número um muito bem timbrado. Um número um bem preto e bem grande. Minha letra, só de olhar para ela, me faz lembrar as manhãs mortas do tempo de escola. Ainda hoje eu tenho esses quadros na cabeça: a sombra das árvores escurecendo todo o chão, um pouco de sol vazando as árvores, a quadra de jogar bola toda ensolarada lá no fim do pátio dos fundos. Quando olhei para o número um da sacolinha, eu sabia que ali estava outro quadro como o da janela: um número um ensacolado, selando a casa, o tempo da casa, o nosso tempo. Peguei o plástico e brinquei com ele, numerando também o piano, o branco da parede, os móveis velhos. E como quem perde o controle, coloquei a sacolinha na frente do meu olho para ver o número um em tudo. E girando devagar me perguntava: o que é que tinha aqui dentro mesmo?

1 Comentários:

  • Às sexta-feira, 15 agosto, 2008 , Anonymous Anônimo disse...

    Acho sim que vc deveria escrever um imenso livro....eu não fujo de mim....vou escrever mais um.Sei que vc não foje de vc também.quase imnpossivel..são tantas coisas para serem ditas não é? mas o amargo prevalesce quando as palavras não saem....mesmo em forma de foguetes rumo aos céus, como mísseis que explodem e destroem, como o pó magico dos deuses... como caricias ou até como tapas, sacudidelas....não importa!Entre as notas musicais elas viram uma sonante ou dissonante canção, mas DEVEM sim DEVEM sim, SAIR pro mundo, pois quem escreve tem por sina, acariciar os outros desta forma ou romper a solidão, assim.Um abraço Ingrid

     

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