vinteesete

07 dezembro, 2007

seis de dezembro de dois mil e sete - tabuazeiro - vitória

A letargia na hora do pasto. Os olhos postos no teto do céu infinito e sonhado em todas as horas de trabalho insípido. A boca morta e esquecida e a cabeça gritando absurdos: e se a morte for a mesma terra dos sonhos e pesadelos? E se o corpo antes de se extinguir não me deixar em paz? E se Deus ri de tudo porque a dor é só um conceito do corpo? E se eu for só corpo? E se Deus for só conceito? A cabeça gritando, mergulha no infinito do céu e vai. O vento passa, depois para. As nuvens vêm e passam. O céu fica lá. A cabeça no céu também. A cabeça como um oceano vai dragando as idéias para um profundo e inalcançável abismo e as respostas são atiradas contra a calmaria do céu que nada diz. Uma memória foge e vem à tona: eu criança me perguntando por Deus e um meteorito caindo em seguida; minha alegria, Deus havia falado comigo. E por esta lembrança outra pior me veio: o diabo também havia falado comigo, na forma de um cachorro. A cabeça enlouquecia com o medo de amar o desgosto, com o medo de perder a procura diante da certeza de Deus. E não só a cabeça como o corpo contorciam-se pelo prazer de estar entre todas essas coisas. Entre o infinito e a dor do tempo gasto e ido.

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