vinteesete

07 agosto, 2007

making of do feliz três - sete de agosto de dois mil e sete - casa alta - vitória

São muitas as horas empilhadas no tempo de espera. São tantas, que cada janela da casa é visitada e observada como quadros a todo estante. Toda árvore, toda planta, até o que é transparente, ouve cada suspiro, cada vontade e também parece não respirar de tanta inquietude. É tanta espera que o tempo torna-se a figura gigantesca mais próxima da imagem de Deus: age invisível, incontestável, inapelável, contra qualquer desejo. Faz da espera pela hora certa uma reza fiel e constante. E no fim, faz o que quer. Passa por tudo em silêncio e faz seu trabalho. A hora certa, a esperada hora que tanto demora, não sai do seu lugar. Nem que eu diga ao tempo que posso morrer. Porque ele, como Deus, parece saber tudo. Guarda certas horas em seu corpo e me olha rindo por este burro querer. Quem diz que a melhor hora é agora é quem muito sabe que do tempo nada se tira. O tempo só dá o que é.

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