vinteesete

21 novembro, 2007

making of do feliz quatro - novembro de dois mil e sete - tabuazeiro

A mão dela tateava o nada ao seu redor enquanto os olhos se abriam cada vez mais. Era a primeira vez que via o mundo e mesmo dentro daquele quarto ele era azul. A mão não parava de procurar alguma coisa no nada. Os dedos tarantulavam no ar novo, no espaço que agora só cresceria e nada mais tinha do calor de minutos atrás. Ao contrário da mão o corpo permanecia encolhido. Não sabia ser outra coisa senão aquele “se abraçar” para caber. Mal sabendo ela que o mundo agora era grande e a abraçaria mesmo se ela dançasse ou pulasse ou corresse. Mas a mão não. Talvez já tivesse tentado antes e contra o véu do útero muitas vezes se chocara. E agora os dedos iam longe, tão longe que ela tinha medo e logo os traziam de volta. Em breve seriam eles seu maior aliado em suas descobertas, mais que os olhos. Em breve seriam eles que diriam o que é quente ou frio, o que é suave ou rude. Como diziam agora o que é liberdade.

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