seis de junho de dois mil e seis - rio de janeiro
Logo pela manhã, não muito cedo, quando todos ainda dormiam, voltei para o céu com um cigarro entre os dedos. Como em meus sonhos, usei de poucos passos para subir acima das nuvens, e me deitei num chumaço delas como quem descansava. Mas eu ainda estava aflito. Pulava de um chumaço para outro, esboçando um mergulho em direção ao verde emborrachado que atapetava o chão. Um verde que parecia mergulhável, que podia ser nadado, assim como no azul. E assim foi, nadado por mim com apenas um cigarro entre os dedos: os veios de água que mornavam ao refletirem o sol, cada pedra em que nasciam, cada poço, cada pasto, tudo chafurdado, de manhã, aqui, em mim.
j. gauche
j. gauche